terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Grim Fandango - Análise

Grim Fandango marcou uma geração de jogadores no PC. Com dublagem total em português, gameplay inovador e muito senso de humor, o game foi um grande sucesso até minguar devido a falta de suporte da Lucas Arts (que também publicou jogos de Indiana Jones, Star Wars dentre outros). Por mais de uma década foi impossível comprar o jogo por meios legais. 

Uma versão remasterizada, entretanto, pousou ontem em diversas plataformas. Apenas por ter o jogo original, sem melhorias, já valeria a pena o investimento. Imagine você, um funcionário amargurado do Departamento de Mortes, com referência maciça a ritos mexicanos, interagindo num mundo estranho cheio de caveiras sarcásticas sendo sua preocupação inicial "bater a cota" de mortes e ter seu bônus anual como agente de viagens. A aventura parte daí para situações cada vez mais suspeitas e você deve investigar todos os cenários apontando e clicando sobre os itens em destaque.

A mistura entre temas é muito bem elaborada e por mais estranho que esse universo pareça de início ele todo é muito plausível em sua construção detalhada. Os diálogos são bem humorados, sarcásticos flertando com o nonsense. A qualidade da narrativa e do texto dos diálogos impressionam ainda hoje e são um dos motivos pelos quais o jogo é um clássico. 

Os personagem foram redesenhados mas algumas texturas ainda estão em resolução baixa o que contrasta às vezes elementos com definições de imagens diferentes. Um PC modesto roda tranquilamente o jogo e acredito que a remasterização poderia ter um cuidado maior com os detalhes. O jogo não é longo, tem em torno de 12 horas para resolver seus mistérios, por isso deveria ser impecável. 

Por último, o mérito maior da versão nacional foi que manteve-se a dublagem original em português! Numa época em que pouquíssimos jogos eram legendados - menos ainda dublados - Grim Fandango foi e continua sendo um primor.

O jogo está a venda por 15 dólares nas diversas plataformas e por 27,99 reais na Steam. Vale cada centavo. É um artigo histórico, divertido e com uma qualidade narrativa digna de nota. Poucas adições como arte conceitual ou comentários do diretor ficam um pouco apagadas diante do jogo que, para o nosso bem, é o mesmo de 1998. Faltaram booklets em pdf, mais opções gráficas e de tela. Embora não tirem o brilho do jogo, a falta de tais elementos deixam escapar uma oportunidade sem igual de prover a versão definitiva e completa que o game merecia.

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