quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Descanse em paz, Lucas Arts

Falávamos nesses dias sobre a falta de suporte a jogos da Lucas Arts. Devo fazer justiça aqui e divulgar que muitos estão sim à venda. Já os tinha visto no GOG.com mas esqueci-me de mencioná-los (ainda que Grim Fandango continuasse no limbo todo esse tempo).  Podemos dizer com a adição recente de vários jogos de Star Wars naquele site que os maiores clássicos da Lucas Arts estão a salvo. "The Secret of Monkey Island", "Star Wars: Empire at War" além de "Sam & Max" estão no pacote - e mais deve vir por aí.
O GOG.com tem por filosofia o DRM-free. Você paga e não tem mais que licenciar jogo em lugar algum. Ele é seu. Esse é um entendimento difícil que pode vir a ser problemático no futuro. O argumento de se comprar a "licença" de jogo apenas pode ser prejuízo se você tiver 300 jogos no Steam e ele falir. Sem falar nos acordos de usuário, sempre em mudanças e sempre não lidos, podendo por exemplo fazer com que ao encerrar sua conta no Steam você perca todos os seus jogos mesmo tendo pago por todos eles.
É possível garimpar bons jogos lá. A linha Star Wars foi reforçada há dois dias e as compras são todas em dólar. Se você comprar no site da Nuuvem "The Witcher III : Wild Hunt" (vai ser lançado próximo ao GTA V em março, então pense bem caso a grana esteja curta) terá que resgatá-lo pelo GOG. Alguns títulos estão exclusivos lá. Confira.
Alguns dos novos jogos da franquia Star Wars no GOG.com

Metroid Prime Trilogy

Com dificuldades em manter portfólio de jogos vigoroso sem o auxílio de third parties e com apenas um Shigeru Myiamoto, a Nintendo está tendo que rebolar para manter sua loja online funcionando. As soluções são manjadas, relançar jogos antigos que nem remasterizados são. Isso seria um grande fracasso e oportunismo a depender da biblioteca. Como estamos falando da Nintendo - gostem ou não, é a publisher mais tradicional e com algumas franquias blockbuster - a coisa tem funcionado e talvez seja apenas oportunismo. As últimas adições são versões digitais de jogos de Wii. Super Mario Galaxy 2 está na lista de melhores jogos de todos os tempos: a jogabilidade é perfeita, a trilha sonora impecável e coletar estrelas continua sendo legal mesmo passados mais de vinte anos. Este está disponível na e-shop além de Metroid Prime Trilogy. Para quem quer curtir jogos de Wii no Wii U e está com dificuldades devido à escassez de mídias fisicas, a Nintendo achou a solução. Está cobrando um preço razoavel por ela.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Metacritic

Para quem gosta de reviews de filmes, séries de tv, discos e games, o site Metacritic.com oferece grande variedade de informações com coletas variadas dos veículos mais importantes em cada uma dessas áreas. Sua principal vantagem é a de fazer uma média entre as notas dadas por diferentes críticos, disponibilizando suas análises e facilitando o confronto entre pontos de vista diferentes. Para quem quer sair um pouco dos esquemas das omeletadas ou do Imdb acredito que o metacritic ofereça mais recursos comparativos entre as melhores e as piores notas, te ajudando a investir seu rico dinheirinho em um produto que tenha mais chances de lhe agradar.


Led Zeppelin arrebentando nas críticas em sua remasterização

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Grim Fandango - Análise

Grim Fandango marcou uma geração de jogadores no PC. Com dublagem total em português, gameplay inovador e muito senso de humor, o game foi um grande sucesso até minguar devido a falta de suporte da Lucas Arts (que também publicou jogos de Indiana Jones, Star Wars dentre outros). Por mais de uma década foi impossível comprar o jogo por meios legais. 

Uma versão remasterizada, entretanto, pousou ontem em diversas plataformas. Apenas por ter o jogo original, sem melhorias, já valeria a pena o investimento. Imagine você, um funcionário amargurado do Departamento de Mortes, com referência maciça a ritos mexicanos, interagindo num mundo estranho cheio de caveiras sarcásticas sendo sua preocupação inicial "bater a cota" de mortes e ter seu bônus anual como agente de viagens. A aventura parte daí para situações cada vez mais suspeitas e você deve investigar todos os cenários apontando e clicando sobre os itens em destaque.

A mistura entre temas é muito bem elaborada e por mais estranho que esse universo pareça de início ele todo é muito plausível em sua construção detalhada. Os diálogos são bem humorados, sarcásticos flertando com o nonsense. A qualidade da narrativa e do texto dos diálogos impressionam ainda hoje e são um dos motivos pelos quais o jogo é um clássico. 

Os personagem foram redesenhados mas algumas texturas ainda estão em resolução baixa o que contrasta às vezes elementos com definições de imagens diferentes. Um PC modesto roda tranquilamente o jogo e acredito que a remasterização poderia ter um cuidado maior com os detalhes. O jogo não é longo, tem em torno de 12 horas para resolver seus mistérios, por isso deveria ser impecável. 

Por último, o mérito maior da versão nacional foi que manteve-se a dublagem original em português! Numa época em que pouquíssimos jogos eram legendados - menos ainda dublados - Grim Fandango foi e continua sendo um primor.

O jogo está a venda por 15 dólares nas diversas plataformas e por 27,99 reais na Steam. Vale cada centavo. É um artigo histórico, divertido e com uma qualidade narrativa digna de nota. Poucas adições como arte conceitual ou comentários do diretor ficam um pouco apagadas diante do jogo que, para o nosso bem, é o mesmo de 1998. Faltaram booklets em pdf, mais opções gráficas e de tela. Embora não tirem o brilho do jogo, a falta de tais elementos deixam escapar uma oportunidade sem igual de prover a versão definitiva e completa que o game merecia.

Repassada gamer

Solidário aos apagões que estamos vivendo, o blog também teve um apagão nesses dias. Mas retomaremos a partir de hoje tirando a poeira e devidamente tratada a tendinite. Bem, muitas coisas ocorreram nesses últimos dias. O atraso no lançamento de GTA V embora frustrante de início nos alenta a esperar um jogo bem polido e otimizado para PC com recursos adicionais que PS4 e XBONE vão admirar a distância. Aliás, tem grandes lançamentos para PS4 (como The Order em fevereiro) caso você já possua o console. 
A Nintendo segue sua linha dos últimos anos em sua montanha russa bipolar de emoções. Uma semana depois de postar aqui sobre o Club Nintendo e sua inutilidade pratica, a Big N resolveu fechar o serviço e prometeu implementar um novo sistema de recompensas. O Wii U continua vendendo quase igual o PS3, longe de seus concorrentes e perto do fracasso não tão distante do Gamecube - talvez ele tenha sorte de igualar as vendas do GC embora nem todos estejam tão otimistas. Por outro lado o "New" Nintendo 3DS chega em fevereiro com jogos incríveis. Sem representação no Brasil, claro...
E se você quiser importar, o negócio está sussa. Além do dólar a quase 3 reais, com aumento de impostos na semana passada (importação e IOF) além dos juros caso queira parcelar a compra, você ainda tem a chance de não ter energia para jogar.
Boa noite e boa sorte!

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Produção intelectual, censura e regulação

Na década dos anos 1990 a indústria de games precisou amadurecer em virtude da exposição midática negativa a respeito de alguns games. Mortal Kombat, de 1992, trazia uma violência inédita aos videogames, com muito sangue, dilacerações e explosões de corpos. Numa tentativa de preservar seu público, julgando o que seria adequado para ele, a Nintendo tomou decisão de censurar a versão para Super Nintendo, sem sangue. A versão para Mega Drive vendeu 8 vezes mais e a Nintendo não mais censurou Mortal Kombat, que viria com sua continuação ainda mais violento.

Os tempos estavam mudando e parecia não haver limites para a criatividade dos desenvolvedores, que produziam também para um público mais maduro e não apenas crianças. Não havia debate sobre o "politicamente correto" nos games naqueles tempos. Podia-se tomar um carro em Carmagedon e quanto mais atropelamentos, mais pontos. Ou ainda, em Doom, estar armado em primeira pessoa contra criaturas bestiais, usando metralhadoras, bombas e até uma serra elétrica. Ou a partir de 1997 com Grand Theft Auto fazer QUALQUER coisa, roubar um caso, pessoas, garotas de programa, enfim, não havia limites para a ação.

Houve uma pressão midiática muito grande ligando os videogames à violência. O massacre em Columbine deu mais fôlego à discussão. Aqui no Brasil houve episódio semelhante em um shopping center em que um rapaz armado atirou contra a platéia. Chamou a atenção da mídia o fato do atirador jogar Duke Nukem e repetir no banheiro do shopping ações do game. Assim, instaurou-se durante a década de 90 um grande debate a respeito do que era aceitável, o que seria censura, como adequar o conteúdo ao público consumidor e até mesmo se as empresas teriam o direito de produzir algo de gosto tão duvidoso (para dizer o mínimo à época)

A solução encontrada foi fazer um sistema de classificação etário. Não haveria limites às produções que continuariam a desfrutar do privilégio criativo e de liberdade total de expressão. Não cabe a um grupo específico julgar o conteúdo, mas apenas recomendar o público adequado para tal tendo em vista a temática presente no jogo. Cabe ao público fazer esse julgamento, e o que pode agradar a um não agradará a outros. Esse sistema evoluiu tanto que tornou-se melhor que a classificação para filmes nos EUA.

Hoje o mercado de games continua crescendo e amadurecendo. Já suplantou o setor de músicas e cinema juntos. Convive pacificamente com o sistema de classificação que longe de tolhir a liberdade de expressão mostrou-se uma ferramenta indicativa útil aos pais e aos interessados em educação.

Parece que estamos em tempos em que essa liberdade pode estar ameaçada. Em nosso país, fala-se em controle da mídia (colocam um "social" no meio como se fosse parecer coisa boa), como se já não o fizessem pelo caráter econômico (sabe quem é o maior anunciante brasileiro? o governo).
E em âmbito internacional o ataque terrorista ao Charlie Hebdo mostra-nos que devemos olhar mais seriamente essa questão e nos implicar em garantir a liberdade de expressão e imprensa de forma irrestrita. 

Não foram os Beatles que tiveram seus discos queimados nos EUA após uma declaração desastrada de John Lennon? Jesus Cristo Superstar não foi escandaloso quando lançado (não obstante ser uma das peças mais poderosas já produzidas) tanto quanto A Última Tentação de Cristo ? E A Vida de Brian do Monty Python então, tão incompreendido... O que dizer de Seth McFarlane e seu Jackass e Family Guy? Ou de Jean Genet ? O que dizer de tantos artistas brilhantes e geniais perseguidos por opiniões políticas, religiosas, raciais? 

Há de se provocar e de pensar. 

"Je suis Charlie"



quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Controle arcade Mad Catz Soul Calibur V: impressões

Jogos de luta passaram a existir sobretudo com Street Fighter II. Este jogo foi o responsável por popularizar a franquia e o gênero, passando por todas as plataformas e influenciando toda uma geração de gamers e desenvolvedores. Mortal Kombat rivalizaria com a franquia mas não tinha seu equilíbrio e profundidade e logo passou a ter golpes dispensáveis e sequencias ruins enquanto Street Fighter atropelava gerações com a série "Alpha". Outros títulos interessantes foram surgindo como Samurai Shodown, The King of Fighters, Tekken, Killer Instinct.

Jogar com o controle habitual em forma de cruz pode ser uma tarefa árdua dependendo do console que você possui. Uma opção mais "profissional" seria o uso de controles arcades para jogos de lutas, os "fightsticks", que lembram os antigos fliperamas. Aliás, não apenas lembram como tem componentes feitos pela mesma empresa que fornecia peças para os mesmos. Você pode identificá-los na descrição como controladores e botões "Sanwa Denshi" e é isso que garante a qualidade e precisão do controle. Dois fabricantes top de fightsticks são a Razer e a Mad Catz. No vídeo sobre o EVO 37 vocês podem perceber claramente que Justin Wong usa um Atrox para Xbox enquanto Daigo veste camiseta com o símbolo da Mad Catz.

Sendo um (ex-) exímio jogador de Street Fighter Alpha 2 (imbatível com Akuma!) e não tão bom assim nos jogos mais recentes resolvi investir num controle arcade aguardando por Street Fighter V. Após muito pesquisar encontrei uma boa solução em termos de qualidade, com custo-benefício excelente.

O Mad Catz Soul Calibur V, disponível tanto para Xbox 360 quanto para PS3, oferece a qualidade de um fabricante premium a um preço razoável. A caixa é muito bem feita e protege totalmente o controle. Embora seja pesado, o que lhe dá boa estabilidade, não é desconfortável para jogar no colo, podendo também ser apoiado em uma mesa. As posições dos botões e do controlador estão perfeitas e tudo é facilmente configurável nos painéis dos jogos compatíveis. Além de usá-lo no console, ambas as versões são compatíveis também com PC. Apenas pluguei o controle e ele foi prontamente reconhecido por Ultra Street Fighter IV no Steam, com configurações de botões in-game. A arte do painel é de ótima qualidade e há ainda botões de seleção traseiro além de compartimento para guardar o fio. Ele não é exatamente pequeno então talvez você tenha que desalojar os sapatos de sua esposa para guardá-lo (ou de seu irmão, sei lá).



Não é tão simples encontrar fightsticks aqui no Brasil. Um produto de ótima qualidade e construção semelhante é o Atrox da Razer. Entretanto seu valor sai entre 800 e 900 reais. Já esse modelo Mad Catz é possível de ser encontrado entre 350 e 450 reais com bons vendedores no Mercadolivre inclusive. 

Tendo em vista qualidade de fabrição com componentes Sanwa Denshi, linha Mad Catz, uso em console e PC e quase metade do preço do concorrente da Razer, essa é uma escolha com custo-benefício praticamente sem igual no mercado nacional.
Claro que há uma fase da adaptação com o novo controle, é preciso "reaprender" os comandos. Mas passado isso, você passa a um novo patamar de jogo...

Oportunidades novas para novas ideias

A produção e custeio de conteúdo pelas comunidades de fãs, seguidores e simpatizantes (de qualquer causa ou coisa) foi muito fotalecida nos últimos anos. Projetos cada vez mais ambiciosos pululam no Kickstarter em busca de fundos e visibilidade. O Kickstarter é uma plataforma em que qualquer pessoa publica uma página com objetivos do projeto. Por exemplo, editar 2 mil exemplares de um livro próprio sobre fotografia. O autor propõe objetivos financeiros e quais as recompensas ao se alcançar tal meta. O público entra com o financiamento do projeto, que pode ir de 1 dólar a vários milhares de dólares. Em troca, de acordo com a faixa de doação do projeto você recebe um prêmio. Se doou 20 dólares, ganha um exemplar do livro. Se doou 2 mil dolares, além do livro e outros brindes tem direito a jantar com o autor. É mais ou menos assim que funciona.

Há um risco nesse tipo de proposta por mais que o site trabalhe no sentido de evitá-las, mas alguns "calotes" já foram vistos no Kickstarter. É uma proposta original e democrática que permite a qualquer pessoa ter seu projeto desenvolvido pelo e para o seu público específico. 

Quatro baixas recentes do site da IGN chamaram a atenção pela nova proposta. Esses quatro colaboradores, responsáveis por cobrir a linha Playstation da revista e editar e apresentar grande parte dos vídeos mais importantes da empresa, saíram para cuidar exclusivamente de seu próprio projeto, Kinda Funny.

O modelo é basicamente de uma assinatura mensal, de 1 dolar até 3 mil dólares por mês, com acessos a diferentes níveis, inclusive na cota mais alta dando o direito ao patrocinador/assinante de ser citado em todos os shows assim  como todos os seus projetos relacionados como websites, jogos, vídeos. Ou seja,  uma superexposição do seu nome, suas marcas e ações ampliando sua rede de contatos e negócios.

O Kinda Funny já tem mais de 2500 patrões que vão render aos 4 amigos quase 14 mil dólares mensais, fora a publicidade e ganhos com imagens e produtos relacionados à marca. Tem tudo para ser um bom negócio. O futuro parece mesmo ser o da customização e do contato direto do cliente com quem fabrica conteúdo. 

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

COSMOS

Ao ler a palavra "Cosmos" você pode ter se lembrado de algumas coisas. Talvez da série original de Carl Sagan dos anos 1980 (você pode ter assistido depois do Fantástico ou arrumado umas fitas antigas raríssimas). A série manteve o nome e dois dos produtores originais da série de Sagan e agora está sendo reeditada e transmitida pela National Geographic sob a responsabilidade de Neil deGrasse Tyson. Ou se lembrou de algo como "queime seu cosmos ao infinito" em meio a sopapos galáticos dos Cavaleiros do Zodíaco.

Fato é que de certa forma todas essas lembranças remetem para a Astronomia. Iniciar nesse campo pode ser muito divertido. Aldebaran é uma estrela da constelação de Touro, facilmente identificável, e não apenas o cavaleiro de Ouro daquela casa como no anime. Identificar constelações e entender os movimentos dos astros é o básico e há vários livros para iniciantes. Um dos mais completos e ilustrados em termos gerais e o Guia Ilustrado Zahar de Astronomia mas que se encontra esgotado na editora. Tem também o Astronomia para leigos, embora não tão ilustrado mas trata com humor e de modo acessível alguns conceitos mais difíceis.

Não é preciso muito conhecimento prévio e mesmo a olho nu muitos objetos distantes podem ser localizados. Existem ainda aplicativos como o Sky Guide para iOS que utiliza o GPS do aparelho e mostra em tempo real a localização de todos os objetos no céu, facilitando a identificação de estrelas, constelações e planetas. O Starry Níght para PC também é bastante útil mas em geral usuários iniciados o usam mais. Isso apenas para o início, muitos outros livros e programas auxiliam no aprendizado de astronomia.

O estudo da Astronomia nos ensina algo sobre humildade, sobre o fato de sermos tão pequenos num universo tão grande. É uma ciência que forma o caráter, dizia Sagan.

Não poderia deixar de postar, por mais antigo e visto que seja, o famoso vídeo do "pálido ponto azul".   A nova série Cosmos está muito bem feita e foi premiada pelo Emmy e Critic's Choice, vale a pena assistir.


Game guides: um mercado pouco explorado no Brasil

Para os fãs e colecionadores mais ardorosos, os game guides, guias completos de jogo são uma peça de desejo com suas edições de luxo com capa dura, pôsteres, souvenirs, extras de vídeos online, pdfs e etc. É muito fácil encontrar essas edições no exterior, com várias editoras produzindo esse tipo de material. Apenas para citar duas, Bradygames e Primma são as mais procuradas e praticamente todo grande lançamento de jogos AAA já sai com sua edição "strategy guide" por alguma dessas editoras. No Brasil, entretanto, a situação é bem diversa.

Não existem traduções em português, as edições (poucas) que são traduzidas, como a de Diablo III ou Call of Duty: Ghosts pela Editora Europa são próximas em qualidade aos originais mas edições especiais nem pensar. Aliás, esse processo de "downgrade" nas versões brasileiras não é novo (nem vou repetir sobre as HQs da Editora Abril que "me dá coisas" como dizia Dr. Chapatins) e quem comparar edições compradas no exterior com nacionais terá grande chance de notar as diferenças entre os livros independente de qual cateforia for. Os detonados mais comercializados por aqui são feitos por editoras menores e pra dizer a verdade pouco conteúdo é original, as fotos são ruins e não se diferenciam em nada em termos de conteúdo de qualquer site razoável sobre video games.

Os detonados são uma parte da cultura gamer (lembram daqueles da Supergamepower??) pouco explorada aqui no Brasil. Edições de luxo são raridade, e, apesar das dificuldades do mercado, importados como o fantástico Hyrule Historia figuraram entre os mais vendidos de vários sites durante algumas semanas após seu lançamento apesar do preço e do público consumidor específico.

A alternativa melhor que temos - pelo menos para quem tem um inglês mediano - é comprar as versões importadas em sites americanos. No site da amazon.com você encontra as guides de muitos jogos com preços variáveis, dependendo da edição e às vezes do vendedor (lembrando que o dólar vai pra perto de 3 dilmas e tem o IOF também).

Mas como o item é um livro, entra no Brasil sem taxação alguma por parte de alfândega (Brasil, Pátria Educadora?) o que faz valer a pena dependendo do item. #ficaadica

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Princesa Mononoke

Princesa Mononoke é um dos filmes mais aclamados do diretor Hayao Miyazaki, mais conhecido no Ocidente por A Viagem de Chihiro. Miyazaki é um dos maiores mestres da animação mundial e foi agraciado neste ano de 2014 com Oscar honorário pelo conjunto da obra. Sua nomeação foi feita por ninguém menos que John Lasseter, o homem responsável por Toy Story. Lasseter fez questão de frisar que Miyazaki é um tesouro nacional do Japão, e entre os 10 filmes japoneses mais bem avaliados de todos os tempo, 4 são de Miyazaki (filmes em geral, não apenas animações). 

O que fez de Miyazaki uma figura tão respeitada e que flui de maneira maravilhosa em Princesa Mononoke é a direção de arte, a beleza dos cenários, o detalhe do comportamento humano e o simbolismo rico e sensível presente em cada um de seus frames (todos) desenhados à mão. A história começa com o jovem príncipe Ashataki salvando sua pequena aldeia de um "Tatari Gami", um deus-javali que acaba por ferir Ashataki e lançando sobre ele uma maldição.

A história se desenrola na tentativa de encontrar os motivos do ataque e da possibilidade de se encontrar uma cura para a ferida mortal de Ashataki. Já no início do filme abundam lições de vida e humanidade. Veremos ao longo da história diversas manifestações da natureza gentil de Ashataki e como segue o conselho do oráculo de aceitar o seu destino e enfrentá-lo de forma honrada. É um personagem muito bem delineado psicologicamente e muito consistente em todo o filme.

Sua busca deve remontar ao oeste distante, de onde teria vindo o deus da maldição. Sem spoilers, Ashataki encontra um cenário em que a humanidade e a floresta não conseguem mais coexistir e estão em guerra. Espíritos e deuses da floresta tentam salvar-se e manter a floresta viva. Uma comunidade que trabalha em torno de uma fundição de ferro aparece com sua líder Lady Eboshi, que não vê condições de equilíbrio numa convivência pacífica e vive em guerra não somente com a floresta mas com humanos também. A predação em todos os sentidos é retratada nesta comunidade de trabalhadores comuns.

A princesa Mononoke, a jovem San, vive junto com uma deusa-loba da floresta e apresenta aversão pelos humanos. Não se reconhece mais como humana, é instintiva e forte e corre e veste-se como uma loba. De seu encontro com Ashataki os dois se transformarão. Fica claro na visão de Miyazaki a tentativa de mostrar esses dois lados do humano: um mais pragmático, utilitarista, egoísta e o outro mais instintivo, primitivo e conectado à Natureza e à vida como um todo. Fica evidente aqui também a preocupação comunitária, tão forte no Japão.

É uma obra-prima de animação que deve ser vista e compartilhada por sua beleza, sua visão ecológica e seu retrato complexo da relação do homem com a natureza.

O Caminho Jedi




Se você é fã de Star Wars vai gostar desse livro. O Caminho Jedi é uma espécie de manual, de livro de iniciação para os Jedis. Conta um pouco da história da Ordem Jedi desde sua fundação, os principais percalços e, claro, o treinamento de habilidades e toda sorte de informação que pareceria bobagem se você não fosse um fã da série.

O livro é bem ilustrado, capa dura e boa impressão. Conta cerca de 150 páginas de informações. O mais interessante contudo são os "comentários" do livro, feito por alguns personagens ilustres como Yoda, Luke Skywalker, Conde Dookan (quando ainda era um Jedi cáustico) e Anakin Skywalker. Cada comentário revela um pouco do caráter de cada um dos personagens clássicos e não deixa de ter algum humor. Com a provável restauração da Ordem Jedi - ou algo do gênero - neste novo filme esse livro pode ser um aquecimento para o que está por vir.

domingo, 4 de janeiro de 2015

A Jornada do Escritor

A Jornada do Escritor, de Christopher Vogler é um ótimo livro para quem está querendo começar a escrever roteiros. Com uma linguagem fácil e direta e recheado de exemplos de dezenas de filmes e séries, o autor explica quais os elementos principais da narrativa, formação de personagens e chega a descrever um certo padrão nos roteiros de Hollywood. Não se trata de uma fórmula pronta, mas ao conhecer os filmes e roteiros de maior sucesso inevitavelmente vem a reflexão sobre o quê naquela obra toca o humano e nos faz tão hipnotizados.

Muitas histórias não são tão novas assim. Vogler descreve, por exemplo, como O Rei Leão teve seu roteiro inspirado em Hamlet de Shakespeare e como a história final foi mudada ao longo do processo de produção do filme com o amadurecimento do roteiro.

Uma leitura leve e cativante, com inúmeras dicas de filmes. Disponível pela editora Nova Fronteira.

Club Nintendo para que te quero?

É impossível não esconder a insatisfação com o Club Nintendo. O sistema de acúmulo de pontos é feito com formulários chatos para o registro, muito repetitivos e as recompensas estão muito longe de ser boas. Mesmo para quem mora nos EUA o resgate às vezes não é tão fácil e os produtos exclusivos do Club esgotam-se rapidamente. 

Para nós que moramos em terras brazilis temos que nos contentar com os jogos... Mas que jogos? A Nintendo usa os mesmos jogos ao longo do ano e a maioria não tem grande apelo aos fãs. São apenas jogos de "catálogo", de segunda linha com os quais a Nintendo preenche o portfólio para seus fãs. É uma pena não ter jogos mais novos, e uma desgraça não ter QUALQUER jogo nativo de WiiU ou 3DS na seleção (falo de jogos exclusivos desses consoles e não de ports de plataformas anteriores).
Enfim, o sistema da PS Plus é muito mais justo e menos frustrante nesse sentido. Uma verdadeira bala de prata da Sony.

Mais sorte na próxima vez Nintendo! 

sábado, 3 de janeiro de 2015

EVO 37 - The Beast is Unleashed!

Muitos de vocês já devem ter ouvido falar do momento EVO 37. Se não, você pode se orgulhar de ser de um grupo que algum dia pode ter salvação... Brincadeiras à parte, trata-se de um momento lendário em que Daigo Umehara desfere uma série de "parry" contra seu oponente na semi-final do torneio Evo, o maior do mundo em jogos de luta. O "parry" foi inserido em Street Fighter III: 3rd Strike  e trata-se de uma defesa sem perda de energia e vantagem de iniciativa no ataque (espero não ter tucanado o Street Fighter). Vale lembrar que ele é feito com movimento para frente no exato momento em que o personagem adversário atacar.
Isso explica a dificuldade de se fazer vários "parry" em série e é o motivo pelo qual Daigo Umehara ficou lendário. Veja o vídeo abaixo:

Ah sim, havia me esquecido de comentar que Daigo estava praticamente sem life...
Bom o mais curioso é que fizeram um revival daquele mesmo jogo de dez anos atrás para averiguar as habilidades espantosas de Daigo, visto abaixo:


"Que fase!!!" diria Milton Leite.

A maior plataforma de games

O Steam divulgou novo recorde de usuários simultâneos neste dia 1 de janeiro. Mais de 8,4 milhões de usuários estavam conectados ao mesmo tempo na plataforma Steam que já conta com mais de 100 milhões de contas abertas.

Só para ter uma ideia do feito, se todos os Wii U vendidos no mundo todo estivessem ligados ao mesmo tempo ainda seria inferior aos 8,4 mi desta quinta. Ok, o Wii U não está vendendo bem... Seria como se 50% de todos os PS4 estivessem ligados ao mesmo tempo.

Incrível mesmo. Não e à toa que tantos developers estão dando mais atenção ao PC e a Steam. A Square ja está esperta com isso (ah se Kingdom Hearts III saísse para PC...) e Kojima-sam também. Aliás Street Fighter V só sai para PC e PS4.

PC gamers agradecem.

"A piada mortal"

A Piada Mortal, uma das HQs mais celebradas de todos os tempos ganhou muito com sua nova versão aqui no Brasil. Ela já está no mercado há algum tempo, não é um lançamento recente mas certamente deve ser revisitado como um classíco. Além  da colorização "nova", feita por Brian Bolland, o próprio responsável por artes e capa, a Panini conseguiu entregar um produto completo, com formato e impressões originais (quem não se lembra da época em que a Editora Abril mutilava séries históricas e nos entregava caro em papel de pão... é, é exagero, mas não estava tão distante assim).

Mas o que surpreende é a narrativa da história. Ela não cai no trivial em nenhum momento, e começa com uma grande ironia: o Coringa, símbolo máximo do caos e da loucura, quer ensinar ao Batman que o que separam os ditos loucos dos sãos é um dia ruim.
Essa é a ideia básica que se desenrola e não vou aqui postar nenhum spoiler.

Há entretanto uma camada mais profunda que precisa ser destacada. A luta com a insanidade é interna e diária. Todos podemos perder a cabeça, ter experiências estranhas, pouco normais ou não explicadas; pensamentos esquisitos, pequenos rituais, tudo por mais estranho que pareça para nós ou para os outros, também é parte de nós.

A sanidade resguarda-se na capacidade de diferenciação entre a realidade e as fantasias, de conseguir domar impulsos e manter uma vida prática minima. Por mais incrível que pareça, é muito difícil definir o "normal". Pode ser simplesmente uma normalidade estatística, pode ser convencionada (a homossexualidade só deixou de ser "doença" após uma votação (!) da Associação Psiquiátrica Americana) ou uma perturbação da vida comum ou do funcionamento orgânico esperado. Quem se interessar mais pelo tema, o livro "O Normal e o Patológico" de Georges Canguilhem pode ajudar.

A Piada Mortal traz uma reflexão sobre a "loucura" de cada um de nós que não pode ser ignorada. Torná-la mais consciente é a única saída que temos...

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

2015 é o ano!

2014 pode ter sido decepcionante para alguns gamers. Atrasos nas produções e lançamento de jogos porcos, sem otimização e polimento ainda estão em nossas memórias. Esperamos que a Ubisoft tenha aprendido a lição e para este ano de 2015 faça um serviço decente de teste de jogos antes de lançá-los. Ou então Assassin's Creed  vai se transformar apenas em uma franquia caça-níqueia fadada a desaparecer. The Crew então, sem comentários.
Por outro lado, o excelente port de Metal Gear Solid V: Ground Zeroes dá animo para esperarmos Pnatom Pain rodando magnânimo em todas as plataformas. O cuidado com polimento e respeito com fãs também devem contribuir para a entregas impecáveis de The Witcher 3  e  Batman: Arkham Knight.
Isso sem falar em Zelda  e Uncharted.
43 jogos em 3 minutos selecionados pela IGN.


Paul McCartney - Out There Tokyo Japan (2013) HD Full




Se você não teve a chance de ir assistir Paul McCartney aqui no Brasil - sorry, mas eu fui ao Allianz Park :P  - no youtube tem o show completo da turnê "Out There" com o mesmo repertório tocado por essas bandas. Notem que ele interage em japonês com o público e esbanja energia nos seus 73 anos... Talvez evitar carne vermelha não seja má idéia para 2015... Quem sabe


Ipad Air 2 - Get on top


Estou há pouco mais de 2 semanas com o novo Ipad Air 2 da Apple. Resolvi migrar de Android por alguns motivos. Tenho um Samsung Galaxy Note 10.1 há 2 anos. Comprei sistema Android pelas facilidades de mover e editar arquivos, a S Pen realmente é fantástica, o sistema operacional oferece maior grau de liberdade e o hardware não decepcionava (á época). Após esses dois anos de uso, entretanto, o bichinho começou a dar sinais de cansaço.

A falta de atualizações para aparelhos Android é muito frustrante - irritante na verdade. Você compra uma peça de ponta e não tem qualquer garantia de atualização a menos que VOCÊ faça uma atualização de hardware. É cruel mas foi assim comigo e deve ser assim com muitos de vocês. Devo ser justo, há exceções à regra. A Motorola, por exemplo, tem tratado o público brasileiro com muito respeito e não é à toa que tem vendido tantos smartphones. Os antigos modelos Moto G (eu tenho e recomendo), de primeira geração estão prometidos para novas atualizações ainda neste ano. Só pra você ter uma idéia, a última atualização do Galaxy Note 10.1 ainda é Android 4.2.2
Esse ano, com tudo isso em mente, resolvi migrar para Ipad. 

Foi uma decisão ótima! O aparelho é muito potente, fino mas sólido, acabamento sem igual no mercado e um sistema operacional que amado ou odiado estará otimizado para ele por alguns anos. Tudo roda com rapidez e fluidez que humilham meu antigo tablet. Hearthstone (hehe) roda igual ao PC na bela resolução do Ipad Air 2. Você pode encontrar as configurações completas no site da Apple

O preço realmente não é tão acessível e há similares com SO Android. Mas se pesquisar bem, pagando a vista, você encontra até 600 reais de desconto (a versão de 64 gb com rede móvel sai perto de 2400 dilmas pagando a vista em alguns sites como da Americanas ou Saraiva).
É um gadget premium, não há dúvida. Mas falando francamente vale cada centavo...

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Gameplay insano Far Cry 4



Far Cry 4 ainda tem muito o que oferecer - acredite, o jogo é gigante e te oferece dezenas de horas de diversão. A versão PC ainda podia ter tido algumas otimizações a mais (quem não sofreu stuttering que atire a primeira pedra). Se você não jogou ainda este ótimo shooter, curta o gameplay insano gravado pelo pessoal da IGN. Awesome

Hearthstone: novo modelo de negócios no velho vício de card game


Os jogos "free" com compras in-game são cada vez mais frequentes nas lojas App Store e Google Play. Em 2014 tivemos um dos que eu considero dos mais viciantes, Hearthstone, da Blizzard. Embora seja card game parecido com Magic The Gathering, suas características únicas como as habilidades heróicas, as combinações de cards com estilo de personagem e missões diárias para se obter mais "gold" (a moeda do game, no qual se compram booster packs e acesso ao modo "Arena") tornam o jogo muito atrativo. Tudo no jogo pode ser desbloqueado apenas com "gold", mas vai demorar até você ter um deck competitivo... O jogo está disponível para PC, iOS e Android. Um conselho: se for comprar packs com cards ou a expansão do modo Aventura, faça-o pelas versões para PC ou Google Play que estão com preço fixado em real e não em dólar como a versão iOS. 

Feliz 2015


Feliz 2015 a todos! O ano promete muitas coisas legais (novo Star Wars, novo Zelda, atualizações de gadgets e sabe lá Deus o que mais). Estou começando esse blog com muitas idéias e como novo projeto para 2015. Sigam-me os bons!