Tão confiante |
Há mais de 50 anos o deprimido e angustiado Charlie Brown e sua turma nos oferecem grandes insights sobre o comportamento humano. Os conselhos de Lucy em sua banca de limonada, adaptada agora a dar conselhos psicológicos/psiquiátricos aos vizinhos, a tornaram uma "célebre" psiquiatra. A ponto de no mês passado a conceituada revista Lancet, uma das principais publicações de artigos médicos de mundo, publicou em sua seção "Perspectivas" um artigo em homenagem a Lucy e sua "prática" psiquiátrica.
Charles Schulz construiu um universo complexo com suficiente profundidade de seus personagens a ponto destes evoluírem ao longo das décadas de histórias. Charlie Brown torna-se menos ansioso e um pouco mais confiante, embora não saiba dançar direito e frustre-se na vida sentimental. Ainda assim, continua em frente. Seu time de baseball é um fracasso e quase como todos nós, sofre com desajustes de toda sorte - que como tais, nos fazem humanos.
Quando aos seus 7 anos procura Lucy falando de seus sentimentos profundos de depressão, Lucy pergunta: "Quanto tempo esses sintomas tem durado". Charlie, encantandor e verdadeiro, responde: "Seis anos". Ao falar de seus medos e inseguranças, Charlie Brown fala por todos nós.
Ela ajuda a todos que tem problemas e uma moeda |
Aqui no Brasil a L&PM lançou alguns volumes de "Complete Peanuts", que busca reunir toda a obra de Charles Schulz. Embora em ritmo lento, as tirinhas contam com uma edição bem feita pela L&PM e nos resta esperar que continuem a serem lançadas.
Ainda hoje "Peanuts" é reproduzida em todo o mundo e ganhará um novo filme em janeiro de 2016. O artigo do Lancet vaticina que Lucy ainda será lembrada quando a maioria de nos teremos sido esquecidos.
Vida longa à Peanuts.
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