Recebi na semana passada a minha cópia de "Túmulo de Vagalumes" da Livraria Cultura, seller exclusiva desse e de outros títulos do Studio Ghibli. Assim como os dois boxes já lançados pela Versátil, o filme de Isao Takahata apresenta excelente acabamento gráfico de impressos e disco, com extras interessantes e um preço justo. Diferente do lançamento porco de "Vidas ao Vento" ou o preço abusivo de "O Conto da Princesa Kaguya", ambos lançados pela Califórnia Filmes que ganhou minha antipatia com essa prática. (já reclamei algumas vezes disso no blog e ainda não me cansei... hehe)
A remasterização está excelente, embora as cores discretas - intencional pois não se podia fazer um filme de guerra com cores muito vivas segundo o diretor - minimizem o espetáculo da imagem em alta definição, diferente por exemplo de "Meu Vizinho Totoro".
O filme conta a história de dois irmãos, Seita, de 14 anos, e Setsuko, de 4 anos, lutando pela sobrevivência durante ataques incendiários no Japão da Segunda Guerra Mundial. Embora tenha crescido a publicidade do filme por muitos críticos como um filme de temática anti-guerra, acho difícil vê-lo dessa forma. Outros o colocam no topo dos filmes mais deprimentes já feitos.
Assistindo novamente o filme, percebo que é a história de amor e cuidado entre dois irmãos, do preço da inexperiência e da falta de compaixão em momentos de crise. A guerra ou o inimigo não são questionados, seus motivos, seus métodos. Em todo momento o que se repete é a necessidade de resistir e de todos ajudarem, inclusive o jovem rapaz Seita que não trabalha mas toma como responsabilidade maior cuidar de sua irmã caçula.
A tristeza que o filme nos traz é aquela da nossa condição humana, da nossa fragilidade e da nossa incapacidade de viver de forma simples e pacífica. É um filme tocante, que embora todo o seu cenário, consegue extrair poesia de um relacionamento fraterno tão forte.
Diferente de filmes que apenas trazem crueldade e violência gratuita para nos chocar e nos deixar desalentados, "Túmulo de Vagalumes" nos dá a medida de nossa humanidade, ora bestial, ora angelical.
Por que os vagalumes morrem tão jovens? |
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